terça-feira, 18 de julho de 2017

Contos de um viajante parte 2



_ Ara! Ocê ta aqui dinovo?!
_ Estou. Ontem você só me enrolou com suas lorotas. Me falou muita coisa, mas me explicou bem pouco.
_ Dizem que eu tenho memo esse dom. Óia... ocê senta ai i iscuta o que eu digo.
_ Não! Hoje eu quero respostas. Você me falou de um caern na Amazônia. Quero saber mais sobre ele, quero saber o nome dos garous. Quero saber tudo. Para começar, me explique direitinho esse lance do caern.
_ Ara! Ocê nunca mi iscuta. Eu já disse procê que eles num vivia num caern. Eles vivia sorto pur lá. Aos poco eles recebero ajuda pra abri um caern lá. Ocê ta é muito estranho quereno saber o nome do povo todo. Eu num vo dize não...
_ Tá certo! Me diga uma coisa... O Brasil é uma terra selvagem mesmo?
_ Se é. Mais não como ocê deve de tá pensano. É servage, é muito servage, na mata e na cidade. E óia que tem cidade lá. Eu passei uns tempo no ambiente servage, como ocê diz, matagal e fazendas e lugares inóspitos. Mas passei um bucado di tempo nas ruas de asfarto tamém. E posso te dize que a servageria num é menor que na mata não, sô.
_ É que da forma que disse ontem, deu a entender que só havia mata e poucas cidades.
_ Ara! Isso foi ocê que concruiu. Eu disse por donde eu passei, só foi isso.
_ Me fale das cobras e dos felinos, por favor.
_ Ocê deve de ta muito interessado em viaja pra lá. Mais tudo bem. Os felinos são o segundo grupo com maió quantidade de membros metamorfo. Eles são muito, muito memo. Assim, se ocê incontrá um garou, intonce ocê vai vê de junto dele três ou quatro felinos. E não to ixagerano. O maió grupo é das cobras. Mas são muito discreta. Ocê num tromba muito com elas não, mas os mokolé tem registrado os passo de arguns deles, e ocê vê... Si fô isperto o bastante... Os rastro delas e o resurtado das ação delas. E lá elas tem muitos parente. Ocê num ia credita se eu dissesse procê... Eles tem tantos parente que eles se mistura e se perde na linhage. Assim ó... Imagina uma cobra preta, pois bem, ela tem parente amarela, vremeia, pintada, grande, pequena, com chocaio, sem chocaio, azul e de toda cor. Mais se tem uma coisa que elas num dispensa é as borsa de veneno, isso é que nem garras pra ocês.
_ Você quer dizer que existem muitas espécies de cobras venenosas, com quem eles se reproduzem. É isso?
_ É isso memo. Óia como ocê ta prestano atenção. Vortano... Eles são de longe a maior quantidade, mas eles são isperto demais pra aparece na nossa frente. Se ocê vê um garou lá, intoncê ocê pode credita que tem por vorta dele cinco ou seis Nagah. E num faiz essa cara não heim?! Agora, o terceiro lugá é dos mokolé... Eles tem o maió numero de parente, mas eles memo são poco, num sei te dize a quantidade não... Mas a parentaiada deles está ispaiada assim ó... Que enm um frumigueiro... É mais cem parente pra cada garou lá... Intonce assim, se ocê vê um garou lá, eu num posso dizê quantos mokolé ocê vai te por ao redor dele, mais assim num vai ser menos do que ocê ispera.
_ Já lhe ocorreu que eles tenham um número maior do que você imagina, e que se escondam tão bem quanto os Nagah?
_ Óia, já sim. E isso dá mais medo deles ainda.
_ Você disse que eles não viram você. Como é possível entrar nos caerns deles sem que eles percebam? Você disse que usufruiu dos poderes dos caerns, e mesmo assim passou despercebido.
Uma risada profunda e seguida de uma tosse horrenda. Levanta-se e de costas para o rapaz diz:
_ Se eu te dize, num vai mais se meu segredo, sô.
_ Eu entendo. Mas você deve me entender também... Não posso lhe dar muitos créditos. Tudo o que eu tenho são suas palavras, e você não tem uma fama tão boa assim.
_ É verdade. Mais se ocê qué se o mió dos contadores de história tem que sabe que a zistória nunca mente, o perigo mora no zovido de quem ove. Se ocê credita bem... Se ocê num credita, é pobrema seu. Mais ocê deve de sabe que muita zistoria do seu povo morreu assim.
_ Ok! Prossiga! Me fale um pouco do lamaçal e da cidade onde ele se localiza.
_ Ta bom. Ocê deve de se alembrá que eu disse pra ocê que era no interior de Sum Paulo... Pois bem, é memo. É numa cidade chamada de Itapevi, que na língua dos índios significa arguma coisa perto de “rios das pedras chatas”. É uma cidade como muitas que ocê vê por aqui. Pequena, sem desenvorvimento, dependente das que estão por em vorta, intensamente de Sum Paulo... Essa cidade deve de ter assim uns 300 mil habitantes, mais num é como as cidade daqui, que as casa são pequena e perto uma da outra. Lá tem áreas muito grandes sem casa, sem nada, apenas mato, e num é mata, e sim aqueles mato que cavalo gosta de comê. Tem um enorme que corta a cidade de ponta a ponta, mais ele abre em forma e ipsilom. É uma cidade quieta, como quarqué uma de interior, as pessoa de lá sai pras de em vorta pra trabaiá, se diverti e até pra viver um poco de agitação. A cidade num tem muito a oferece pro seu povo não. As mata que tem por lá ficam mais nas ponta do munícipe... É assim ó... Como se as trêis ponta tivesse ligação cotras cidade e a outra liga com a mata, mais bem no meio da mata existe um espaço aberto que fizero de distritos, lá eles fala bairro. São casas bem pequenas e afastadas, ai fica assim mata, bairro, mata... O caern fica na ponta norte antes dos bairro e os mokolé fica no sul depois daos bairro. Mais falano assim parece perto, mais num é não. Os bairro fica num vale e o lamaçal fica assim como o caern num arto. Se ocê pegá sua moto e tenta de atravessa os bairro saino do lamaçal indo pro caern, se deve de leva uma hora.
_ Então é longe mesmo. Mas é outra cidade então?
_ É quase. O lamaçal é bem organizado. Assim, de perto dele tem o clube dos parente, e perto do clube tem uma rodovia bem grande, e tem uns grupo escolar e inté um hospitar. O prefeito num fica de muito longe, ele é meio estranho mas isso num vem ao caso. Óia, ocê nunca vai de vê um lugá como aquele não. Ele é rodeado pela mata, e num importa o baruio que eles faiz lá, num chega até os bairro do outro lado. As divisa do lamaçal são bem vigiadas, eles se divide em grupo e eles faiz vigia dia e noite. Eles tem muito medo de duas coisa... A rodovia passa perto da mata, longe do lamaçal, mas nunca se sabe o que um grupo de humanos pode pensa, e vai que eles entra pela estrada e se embrenha até chega nas divisa, aí é perigo na certa. E outra coisa é uma prisão. É ocê intendeu, uma prisão estadual, que nem essa que ocê visitou a poco tempo. Eles morre de medo dos minino de lá sai e se embrenha no mato e entra nas divisa deles. A fia do Lião contô pra eles que isso aconteceu do outro lado, cos garou.
_ O presídio está perto dos dois pontos?
_ Ara ocê ta me irritano. Ocê num presta atenção memo. A prisão é longe dos dois, mas fica no meio do camim tanto de um lado como pro outro. Se ocê num consegue intendê com ixpricação, vo da números procê. A prisão fica mais ou menos deiz kilometro da divisa externa do lamaçal e mais ou meno quinze kilometro das divisa externa do caern.
_ Não é tanto assim... Bem apesar que é sim... Se parar para pensar que tem ai uma distância de aproximadamente vinte e cinco quilômetros entre um e outro.
_ Aí que ocê se ingana, essa distancia num é nada memo. Mais eu acho que Gaia ta do lado deles. De todos eles. O fato de eles nunca se cruzarem e nunca verem os rastro um do outro é que cada um mira pra um lado, e misteriosamente o lado da prisão é evitado por eles todos. Isso mantém eles no luga deles, um de cada lado.
_ É bem estranho. Quase fantástico. Me conta mais... Quem são os mokolés?
_ Ara ocê mi parece muito estranho. Ocê quer saber dos mokolé, quer saber da Mazônia... Ocê num ta quereno ir pra lá, ta? Bem isso num importa agora. Eu vi uns mokolé interessante lá... Ikeda, é um japoneis que compro as terra perto do lamaçal a muitos ano, ele feiz o clube dos parentes, sabe?! E ele é muito isperto e bom guerreiro. Quando ele tava sozinho lá, gaia mando pra ele ajuda, uns filhotes e uma Parruda dos lado Viking. Mas isso num foi toda ajuda que recebeu não. Ikeda é mais que um líder, ele é um pai... Ele cuidou de muitos parente, trouxe de longe muitos repti e cuido. Eles trouxe muitas pessoas e essas pessoa eram parentes que tão lá até hoje. Ele sofreu um bocado tentando incombri os passo errado dos filhotes. Tentou manter eles sumido do mapa e conseguiu. Depois que tudo tava mais ou meno siguro, ele recebeu permissão pra descansa.
_ Mas ele chegou do nada assim e comprou as terras? Sem saber o que tinha nelas?
_ Ah não, ninguém faiz isso né?! Que acontece é que ele chegou nas terras de supetão. Uma outra mokolé chamada Rosa da morte, seguiu umas visão dela e chego nessas terra em antes dele, e lá havia uns mardito tentano corrompe o luga. O luga era bão demais pra se perde e ela infrento eles, mas era muito mardito. Era que nem um vespero, ocê mexe em cima e vem bicho lá do fundo. Pois bem... Eles num permitiro que a coisa toda caísse nas mão da wyrm, derrubaro esses mardito...
_ Eles?
_ Ara! Pulei uma parte... Intoncê... Rosa da morte lutava como nunca, mais nunca podia acaba com os mardito totarmente. E intão que por acaso Ikeda chegou e quando ele tocou os pés na terra, os espíritos mardito arredaro o pé de lá. Não sem luta muito antes. Eles intão tiraro de lá a Wyrm. Eles caçaro ao redo um luga pra eles fica, e viu que o luga tinha potencial. Ikeda compro uma área abaixo e feiz uma construção, para donde trouxe parentes. Mais acima eles abriro o lamaçal deles. E depois eles foram descansar.
_ O que você quer dizer com descansar? Morreram?
_ Digamos que estejam drumino cum Gaia.
_ Quem tem mais membros, incluindo parentes? Os mokolé desse lamaçal ou os garous do caern... Como é mesmo o nome?
_ Caern do zóio d’água. Óia... Eu posso te dize que é os mokolé. Eles tem pocos membro, acho que fixo lá memo é só uns deiz, ai tem aqueles que vem de veiz inquando e os parente. Esses ai são numerosos, tem muitos, muitos memo... E eles vive tanto no clube quanto fora dele, e visita o lugá todo dia.
_ E os parentes dos mokolé são guerreiros, ou são como os meus?
_ Se são guerreiros? Ah eles tem o jeito deles de luta, mais nun deixa faze feio. Eles estão infiado em muitos canto da sociedade humana, poliça, milita, política, guerreiros servages, animais servages, místicos... São um grupo, uma atração a aparte.
O rapaz levanta-se, mexe no fogo e volta a sentar-se no tronco. Coça a barba e pergunta:
_ Então se por acaso os Garras vermelhas ou o Caern do olho d’água resolvessem atacar, seriam rechaçados. Certo?
Ele vira então para o rapaz e tosse, tosse, pigarreia e escarra. Senta-se olhando no fundo dos olhos do garou e diz:
_ Seriam! Seriam sim.
_ Tenho mais uma pergunta....
_ Num tem não. Eu já disse muita coisa. Achei que ocê queria ser um bom contador das zistória das terras do Brasil, mas to vendo que as suas intenção são otras.
_ Como assim? Eu quero...
Um gemido, sangue pinga o chão. A faca é puxada de volta e o garou cai, segurando a garganta. Seus olhos miravam os olhos do Coiote a sua frente, sua garganta não cicatriza, ele perde sua capacidade de regeneração, suas forças se esvaem e seus olhos cerram.

Dingo moeda da sorte, parte levando apenas sua bolsa a tira colo e não olha para trás. Em sua cabeça gira pensamentos de decepção. Achou que havia encontrado alguém em quem pudesse confiar, mas está começando a acreditar que a América do Sul corre sérios riscos, pois, os garou não estão dispostos a verem os outros metamorfos como iguais. Seu destino... Visitar um velho amigo perneta para pedir conselhos.  

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