_ Ara! Ocê ta aqui dinovo?!
_ Estou. Ontem você só me enrolou
com suas lorotas. Me falou muita coisa, mas me explicou bem pouco.
_ Dizem que eu tenho memo esse
dom. Óia... ocê senta ai i iscuta o que eu digo.
_ Não! Hoje eu quero respostas.
Você me falou de um caern na Amazônia. Quero saber mais sobre ele, quero saber
o nome dos garous. Quero saber tudo. Para começar, me explique direitinho esse
lance do caern.
_ Ara! Ocê nunca mi iscuta. Eu já
disse procê que eles num vivia num caern. Eles vivia sorto pur lá. Aos poco
eles recebero ajuda pra abri um caern lá. Ocê ta é muito estranho quereno saber
o nome do povo todo. Eu num vo dize não...
_ Tá certo! Me diga uma coisa...
O Brasil é uma terra selvagem mesmo?
_ Se é. Mais não como ocê deve de
tá pensano. É servage, é muito servage, na mata e na cidade. E óia que tem
cidade lá. Eu passei uns tempo no ambiente servage, como ocê diz, matagal e
fazendas e lugares inóspitos. Mas passei um bucado di tempo nas ruas de asfarto
tamém. E posso te dize que a servageria num é menor que na mata não, sô.
_ É que da forma que disse ontem,
deu a entender que só havia mata e poucas cidades.
_ Ara! Isso foi ocê que concruiu.
Eu disse por donde eu passei, só foi isso.
_ Me fale das cobras e dos
felinos, por favor.
_ Ocê deve de ta muito
interessado em viaja pra lá. Mais tudo bem. Os felinos são o segundo grupo com
maió quantidade de membros metamorfo. Eles são muito, muito memo. Assim, se ocê
incontrá um garou, intonce ocê vai vê de junto dele três ou quatro felinos. E
não to ixagerano. O maió grupo é das cobras. Mas são muito discreta. Ocê num
tromba muito com elas não, mas os mokolé tem registrado os passo de arguns
deles, e ocê vê... Si fô isperto o bastante... Os rastro delas e o resurtado
das ação delas. E lá elas tem muitos parente. Ocê num ia credita se eu dissesse
procê... Eles tem tantos parente que eles se mistura e se perde na linhage.
Assim ó... Imagina uma cobra preta, pois bem, ela tem parente amarela, vremeia,
pintada, grande, pequena, com chocaio, sem chocaio, azul e de toda cor. Mais se
tem uma coisa que elas num dispensa é as borsa de veneno, isso é que nem garras
pra ocês.
_ Você quer dizer que existem
muitas espécies de cobras venenosas, com quem eles se reproduzem. É isso?
_ É isso memo. Óia como ocê ta
prestano atenção. Vortano... Eles são de longe a maior quantidade, mas eles são
isperto demais pra aparece na nossa frente. Se ocê vê um garou lá, intoncê ocê
pode credita que tem por vorta dele cinco ou seis Nagah. E num faiz essa cara
não heim?! Agora, o terceiro lugá é dos mokolé... Eles tem o maió numero de
parente, mas eles memo são poco, num sei te dize a quantidade não... Mas a
parentaiada deles está ispaiada assim ó... Que enm um frumigueiro... É mais cem
parente pra cada garou lá... Intonce assim, se ocê vê um garou lá, eu num posso
dizê quantos mokolé ocê vai te por ao redor dele, mais assim num vai ser menos
do que ocê ispera.
_ Já lhe ocorreu que eles tenham
um número maior do que você imagina, e que se escondam tão bem quanto os Nagah?
_ Óia, já sim. E isso dá mais
medo deles ainda.
_ Você disse que eles não viram
você. Como é possível entrar nos caerns deles sem que eles percebam? Você disse
que usufruiu dos poderes dos caerns, e mesmo assim passou despercebido.
Uma risada profunda e seguida de
uma tosse horrenda. Levanta-se e de costas para o rapaz diz:
_ Se eu te dize, num vai mais se
meu segredo, sô.
_ Eu entendo. Mas você deve me
entender também... Não posso lhe dar muitos créditos. Tudo o que eu tenho são
suas palavras, e você não tem uma fama tão boa assim.
_ É verdade. Mais se ocê qué se o
mió dos contadores de história tem que sabe que a zistória nunca mente, o
perigo mora no zovido de quem ove. Se ocê credita bem... Se ocê num credita, é
pobrema seu. Mais ocê deve de sabe que muita zistoria do seu povo morreu assim.
_ Ok! Prossiga! Me fale um pouco
do lamaçal e da cidade onde ele se localiza.
_ Ta bom. Ocê deve de se alembrá
que eu disse pra ocê que era no interior de Sum Paulo... Pois bem, é memo. É
numa cidade chamada de Itapevi, que na língua dos índios significa arguma coisa
perto de “rios das pedras chatas”. É uma cidade como muitas que ocê vê por
aqui. Pequena, sem desenvorvimento, dependente das que estão por em vorta,
intensamente de Sum Paulo... Essa cidade deve de ter assim uns 300 mil
habitantes, mais num é como as cidade daqui, que as casa são pequena e perto
uma da outra. Lá tem áreas muito grandes sem casa, sem nada, apenas mato, e num
é mata, e sim aqueles mato que cavalo gosta de comê. Tem um enorme que corta a
cidade de ponta a ponta, mais ele abre em forma e ipsilom. É uma cidade quieta,
como quarqué uma de interior, as pessoa de lá sai pras de em vorta pra trabaiá,
se diverti e até pra viver um poco de agitação. A cidade num tem muito a
oferece pro seu povo não. As mata que tem por lá ficam mais nas ponta do
munícipe... É assim ó... Como se as trêis ponta tivesse ligação cotras cidade e
a outra liga com a mata, mais bem no meio da mata existe um espaço aberto que
fizero de distritos, lá eles fala bairro. São casas bem pequenas e afastadas,
ai fica assim mata, bairro, mata... O caern fica na ponta norte antes dos
bairro e os mokolé fica no sul depois daos bairro. Mais falano assim parece
perto, mais num é não. Os bairro fica num vale e o lamaçal fica assim como o
caern num arto. Se ocê pegá sua moto e tenta de atravessa os bairro saino do
lamaçal indo pro caern, se deve de leva uma hora.
_ Então é longe mesmo. Mas é
outra cidade então?
_ É quase. O lamaçal é bem
organizado. Assim, de perto dele tem o clube dos parente, e perto do clube tem
uma rodovia bem grande, e tem uns grupo escolar e inté um hospitar. O prefeito
num fica de muito longe, ele é meio estranho mas isso num vem ao caso. Óia, ocê
nunca vai de vê um lugá como aquele não. Ele é rodeado pela mata, e num importa
o baruio que eles faiz lá, num chega até os bairro do outro lado. As divisa do
lamaçal são bem vigiadas, eles se divide em grupo e eles faiz vigia dia e
noite. Eles tem muito medo de duas coisa... A rodovia passa perto da mata,
longe do lamaçal, mas nunca se sabe o que um grupo de humanos pode pensa, e vai
que eles entra pela estrada e se embrenha até chega nas divisa, aí é perigo na
certa. E outra coisa é uma prisão. É ocê intendeu, uma prisão estadual, que nem
essa que ocê visitou a poco tempo. Eles morre de medo dos minino de lá sai e se
embrenha no mato e entra nas divisa deles. A fia do Lião contô pra eles que
isso aconteceu do outro lado, cos garou.
_ O presídio está perto dos dois
pontos?
_ Ara ocê ta me irritano. Ocê num
presta atenção memo. A prisão é longe dos dois, mas fica no meio do camim tanto
de um lado como pro outro. Se ocê num consegue intendê com ixpricação, vo da
números procê. A prisão fica mais ou menos deiz kilometro da divisa externa do lamaçal
e mais ou meno quinze kilometro das divisa externa do caern.
_ Não é tanto assim... Bem apesar
que é sim... Se parar para pensar que tem ai uma distância de aproximadamente
vinte e cinco quilômetros entre um e outro.
_ Aí que ocê se ingana, essa distancia
num é nada memo. Mais eu acho que Gaia ta do lado deles. De todos eles. O fato
de eles nunca se cruzarem e nunca verem os rastro um do outro é que cada um
mira pra um lado, e misteriosamente o lado da prisão é evitado por eles todos.
Isso mantém eles no luga deles, um de cada lado.
_ É bem estranho. Quase
fantástico. Me conta mais... Quem são os mokolés?
_ Ara ocê mi parece muito
estranho. Ocê quer saber dos mokolé, quer saber da Mazônia... Ocê num ta
quereno ir pra lá, ta? Bem isso num importa agora. Eu vi uns mokolé
interessante lá... Ikeda, é um japoneis que compro as terra perto do lamaçal a
muitos ano, ele feiz o clube dos parentes, sabe?! E ele é muito isperto e bom
guerreiro. Quando ele tava sozinho lá, gaia mando pra ele ajuda, uns filhotes e
uma Parruda dos lado Viking. Mas isso num foi toda ajuda que recebeu não. Ikeda
é mais que um líder, ele é um pai... Ele cuidou de muitos parente, trouxe de
longe muitos repti e cuido. Eles trouxe muitas pessoas e essas pessoa eram
parentes que tão lá até hoje. Ele sofreu um bocado tentando incombri os passo
errado dos filhotes. Tentou manter eles sumido do mapa e conseguiu. Depois que
tudo tava mais ou meno siguro, ele recebeu permissão pra descansa.
_ Mas ele chegou do nada assim e
comprou as terras? Sem saber o que tinha nelas?
_ Ah não, ninguém faiz isso né?!
Que acontece é que ele chegou nas terras de supetão. Uma outra mokolé chamada
Rosa da morte, seguiu umas visão dela e chego nessas terra em antes dele, e lá
havia uns mardito tentano corrompe o luga. O luga era bão demais pra se perde e
ela infrento eles, mas era muito mardito. Era que nem um vespero, ocê mexe em
cima e vem bicho lá do fundo. Pois bem... Eles num permitiro que a coisa toda
caísse nas mão da wyrm, derrubaro esses mardito...
_ Eles?
_ Ara! Pulei uma parte...
Intoncê... Rosa da morte lutava como nunca, mais nunca podia acaba com os
mardito totarmente. E intão que por acaso Ikeda chegou e quando ele tocou os
pés na terra, os espíritos mardito arredaro o pé de lá. Não sem luta muito antes.
Eles intão tiraro de lá a Wyrm. Eles caçaro ao redo um luga pra eles fica, e
viu que o luga tinha potencial. Ikeda compro uma área abaixo e feiz uma
construção, para donde trouxe parentes. Mais acima eles abriro o lamaçal deles.
E depois eles foram descansar.
_ O que você quer dizer com
descansar? Morreram?
_ Digamos que estejam drumino cum
Gaia.
_ Quem tem mais membros,
incluindo parentes? Os mokolé desse lamaçal ou os garous do caern... Como é
mesmo o nome?
_ Caern do zóio d’água. Óia... Eu
posso te dize que é os mokolé. Eles tem pocos membro, acho que fixo lá memo é
só uns deiz, ai tem aqueles que vem de veiz inquando e os parente. Esses ai são
numerosos, tem muitos, muitos memo... E eles vive tanto no clube quanto fora
dele, e visita o lugá todo dia.
_ E os parentes dos mokolé são
guerreiros, ou são como os meus?
_ Se são guerreiros? Ah eles tem
o jeito deles de luta, mais nun deixa faze feio. Eles estão infiado em muitos
canto da sociedade humana, poliça, milita, política, guerreiros servages,
animais servages, místicos... São um grupo, uma atração a aparte.
O rapaz levanta-se, mexe no fogo
e volta a sentar-se no tronco. Coça a barba e pergunta:
_ Então se por acaso os Garras
vermelhas ou o Caern do olho d’água resolvessem atacar, seriam rechaçados. Certo?
Ele vira então para o rapaz e
tosse, tosse, pigarreia e escarra. Senta-se olhando no fundo dos olhos do garou
e diz:
_ Seriam! Seriam sim.
_ Tenho mais uma pergunta....
_ Num tem não. Eu já disse muita
coisa. Achei que ocê queria ser um bom contador das zistória das terras do Brasil, mas to vendo que as suas intenção são otras.
_ Como assim? Eu quero...
Um gemido, sangue pinga o chão. A
faca é puxada de volta e o garou cai, segurando a garganta. Seus olhos miravam
os olhos do Coiote a sua frente, sua garganta não cicatriza, ele perde sua
capacidade de regeneração, suas forças se esvaem e seus olhos cerram.
Dingo moeda da sorte, parte
levando apenas sua bolsa a tira colo e não olha para trás. Em sua cabeça gira
pensamentos de decepção. Achou que havia encontrado alguém em quem pudesse
confiar, mas está começando a acreditar que a América do Sul corre sérios
riscos, pois, os garou não estão dispostos a verem os outros metamorfos como
iguais. Seu destino... Visitar um velho amigo perneta para pedir conselhos.
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