Caern
do Riacho da Mãe d’água
Nível: 1
Película: 4
Tipo: Fertilidade
(Glória)
Estrutura: Multitribal.
Nenhuma das tribos presentes faz questão de impor seu modelo cultural. Garras
vermelhas são aceitos mas vigiados o tempo todo.
Totem: Mãe d’água
Seita: Protetores do
Riacho da Mãe d’água
Líderes
da Seita: Maíra
“Perseverança-de-jabuti” (Anciã Theurge Furia Negra Hominídeo), Ubirajara
“Tambor-vivo” (Ancião Galiard Filho de Gaia Hominídeo)
Mestre
de Rituais: Cecília
“Dorme-sob-a-lobeira” (Athro Theurge Fianna Hominídea)
Mestre
de Desafios: Teófilo “Foice-quebrada” (Athro Philodox Cria de Fenris
Hominídeo)
Vigia
do Caern: Anésio
“Bate-porteira” (Athro Arhoun Senhores das Sombras Hominídeo)
Vigia
da Terra: Focinho duro (Adren Galliard Garras Vermelhas Lupino)
Criado pelo poderoso
Galiard João “Terra-preta” em 1885 o caern está localizado a alguns quilômetros
dos limites da cidade, em meio a mata e rodeado por fazendas. Árvores imensas
como Caroba e Imburana , também trepadeiras e cipós fazem a cobertura do local.
Animais variados vivem nessas matas, tais como macacos Gibão, Preás, Jacús e
Maritacas.
Ao norte depois das
divisas ficam algumas fazendas. A maior e mais importante delas é a Fazenda
Nunes (onde se planta somente cana-de-açúcar). Ao sul muito além das divisas os
moradores da região que ainda acreditam no garimpo, fizeram uma escavação no
riacho e o enlanguesceram, esta área é chamada de “Buracão”, e lá montaram um
acampamento. A leste fica o morro dos gatos, recebe o nome por conta da
quantidade de gatos do mato que havia lá, mas a caça e a aproximação humana os
espantou, e hoje não restam muitos. Esse morro é o que tem as trilhas mais
íngremes e perigosas, além de seixos escorregadios, evitado ao máximo por
humanos. A Oeste fica o morro dos pelados, que na época da escravidão servia
como “prisão” para escravos desobedientes e fujões. Dizem as lendas locais que
se ouvem gritos e lamentações vindas do alto do morro durante a quaresma.
O território é policiado
pelos guardiões sob o comando do rancoroso Anésio “Bate-porteira”, faz o
patrulhamento minucioso toda noite e fica o tempo todo atento ao que os
espíritos possam detectar.
Dentro das divisas, o
mundo espiritual é vívido e opulente. Espíritos vagueiam de lá para cá, todos
correspondentes com a fauna e flora local. Bem próximo ao coração do Caern há
um imenso Filho da clareira, bastante reverenciado pelos membros da Seita. A
vegetação parece dobrar de tamanho e intensidade nesse plano. Caminhar pelo
caern é como fazer uma expedição.
Com exceção aos morros
laterais, o Caern não dispõe de nenhuma barreira natural no plano físico. Os
membros da Seita construíram cabanas ao sul e ao norte beirando o riacho para
vigiarem o perímetro, e agradecem que o riacho não seja mais navegável, do
contrário teriam ainda mais problemas.
Todos
os espíritos no interior das divisas servem ao totem do Caern e estão sempre de
olho em qualquer movimentação estranha na paisagem umbral e são instruídos a
remeter informações sobre qualquer alteração ao vigia. O principal deles é Nogá,
um espirito ancestral que serve à Seita e tradicionalmente é responsável pela
escolha do Vigia do Caern e constantemente consultado para determinar o ritual
de passagem apropriado aos jovens acolhidos na Seita.
O
coração do Caern é uma área de 50 metros de diâmetro, árvores dispersas mas de
copas densas circulam essa área. Fica na base do Morro dos gatos. Ao entardecer
recebe a luz do sol poente que penetra as copas das árvores deixando o cenário
com um tom dourado quase místico. Exatamente aqui é que fica o Filho da
clareira.
As
assembleias costumam ser realizadas na lua Crescente em uma clareira próximo ao
riacho, onde os garou acreditam estarem mais conectados com o Totem do Caern.
No lado Oeste há uma gruta
na qual somente os Anciões da seita têm a permissão de entrar. De dentro emana
um vento frio e arrepiante, nada pode ser visto do lado de fora. Alguns
ragabash espalharam histórias sobre o que pode ser encontrado no fundo da
caverna, e dizem acreditar que haja lá um maldito poderoso, que os anciões não
conseguiram mata-lo, mas o mantém lá até descobrirem o que fazer com ele.
História
Parentes
indígenas dos Uktenas eram escravizados juntamente com os africanos trazidos
para o Brasil. Esse cenário se repetiu por muito tempo. As articulações para
libertar os escravos aconteciam e não eram poucas. Porém, sem uma lei que
obrigasse a libertação deles, de nada adiantava os ataques e fugas programadas.
Em 1880 um Mokolé chamado Nogá e um galiard dos Uktena chamado João “Terra
preta” uniram-se para articular a maior fuga de escravos já vista no país. No
entanto através dos filhos de Luíza Mahin (uma parente mokolé) eles souberam
que a escravidão era protegida por mãos garou.
Aprofundaram
suas investigações e se depararam com um garou terrível, o infame Messias
”Coração-puro” guerreiro dos Presas de Prata. A muito tempo que a nação garou
cantava sobre sua loucura e mácula percebida. Nogá resolveu reunir os seus
companheiros e partir para uma luta aberta e este foi um erro irreparável.
Messias aniquilou-os facilmente e arrancou os ossos dos “Fera” para criar um
fetiche que já nasceu corrompido a grande adaga “Gemido vermelho”.
João
decidiu recuar e pensar melhor no que deveria fazer. Rodou pelo território
brasileiro em busca de ajuda, mas não conseguiu muita coisa além de uns poucos
filhotes. Rogou por ajuda, chorou e orou todas as noites, até que o rio onde
banhava-se decidiu falar com ele. E disse que se ele prometesse proteger
aquelas águas com o mesmo amor que tinha pelos escravos, o ajudaria se livrar
do garou corrompido. João jurou e recebeu ajuda da Mãe d’água. Com a benção
deste poderoso espírito e o auxílio de sua ninhada, João derrotou Messias e
destruiu o fetiche corrompido que ele carregava.
Buscou
por ajuda entre as Fúrias Negras que viviam na Amazônia e de alguns Uktenas
espalhados pelo país, e com isso criou o Caern do Riacho da Mãe d’água em 1885.
No entanto, as diferenças tribais apareceram e as alianças se romperam. João
como um bom Filho de Gaia buscou orientação com o totem do Caern e com isso
recebeu a sagrada missão de resgatar “Aliança do Sol” que estava a muito tempo
perdida no Abismo.
João
”Terra-preta” partiu o mais rápido que pode e quando retornou trouxe consigo a
Aliança do Sol, e com isso ganhou o respeito de todos os que veneravam a Mãe
d’água. Porém, seu Caern havia sido atacado e devastado, os poucos
sobreviventes não dariam conta de uma nova investida.
A
revolução estava próxima, e ele tinha de proteger tanto o Caern quanto os
parentes. Sua coragem e ousadia inspirou os demais membros de tal forma que
durante três anos, eles lutaram em duas frentes e venceram cada uma das
batalhas. Com a libertação dos escravos em 1888 a seita tinha uma luta a menos.
Ajudou muitos africanos a encontrarem comunidades aonde pudessem viver,
trouxeram os parentes para o caern e rechaçaram os vilões da Wyrm.
Dois
anos depois um grupo de Fomori liderados por um maldito poderoso intitulado
“Comedor de Caern” atacaram o caern, e mataram quase todos os membros, restando
poucos jovens e apenas uma anciã lupino das Fúrias Negras “Salta Riacho”. Este
ataque foi barrado graças a Aliança do Sol. Mas o inimigo fugiu e até hoje a
Seita vive com medo de que um dia ele retorne para terminar o que começou.
Depois
desse dia a seita nunca mais conseguiu manter um número adequado de garou em
suas fileiras. Com exceção a um período onde o Ancião que liderava a seita era
um Garra Vermelha “Fogo-não-queima”, a seita parecia prosperar mas de repente
descobre-se que ele matava humanos indiscriminadamente por puro esporte, ia
caça-los pelas fazendas ao redor. A Seita tentou expulsá-lo, mas acabaram
matando-o e com isso todos os Garras Vermelhas se revoltaram e sumiram ou
morreram em combate. Desde então estão sempre com contingente baixo, parece
algum tipo de maldição.
Nogá apareceu logo após
esse episódio e aliou-se aos garou.
Ele assumiu a
responsabilidade de olhar as intenções e a pureza dos corações dos garou que
seriam nomeados como Vigia do Caern, para evitar qualquer desastre. Desde então
tem cumprido essa tarefa quando solicitado. Ele não conversa com nenhum garou
que não sejam os Anciões e o Vigia do Caern.
*Este Caern foi criado para uma aventura curta. E o propósito era
que não durasse. Tanto que no decorrer da história ele foi destruído por uma
entidade da Wyrm.
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