sábado, 26 de agosto de 2017

Caern da Mãe d'água

Caern do Riacho da Mãe d’água

Nível: 1
Película: 4
Tipo: Fertilidade (Glória)
Estrutura: Multitribal. Nenhuma das tribos presentes faz questão de impor seu modelo cultural. Garras vermelhas são aceitos mas vigiados o tempo todo.
Totem: Mãe d’água
Seita: Protetores do Riacho da Mãe d’água
Líderes da Seita: Maíra “Perseverança-de-jabuti” (Anciã Theurge Furia Negra Hominídeo), Ubirajara “Tambor-vivo” (Ancião Galiard Filho de Gaia Hominídeo)
Mestre de Rituais: Cecília “Dorme-sob-a-lobeira” (Athro Theurge Fianna Hominídea)
Mestre de Desafios: Teófilo “Foice-quebrada” (Athro Philodox Cria de Fenris Hominídeo)
Vigia do Caern: Anésio “Bate-porteira” (Athro Arhoun Senhores das Sombras Hominídeo)
Vigia da Terra: Focinho duro (Adren Galliard Garras Vermelhas Lupino)

Criado pelo poderoso Galiard João “Terra-preta” em 1885 o caern está localizado a alguns quilômetros dos limites da cidade, em meio a mata e rodeado por fazendas. Árvores imensas como Caroba e Imburana , também trepadeiras e cipós fazem a cobertura do local. Animais variados vivem nessas matas, tais como macacos Gibão, Preás, Jacús e Maritacas.
Ao norte  depois das divisas ficam algumas fazendas. A maior e mais importante delas é a Fazenda Nunes (onde se planta somente cana-de-açúcar). Ao sul muito além das divisas os moradores da região que ainda acreditam no garimpo, fizeram uma escavação no riacho e o enlanguesceram, esta área é chamada de “Buracão”, e lá montaram um acampamento. A leste fica o morro dos gatos, recebe o nome por conta da quantidade de gatos do mato que havia lá, mas a caça e a aproximação humana os espantou, e hoje não restam muitos. Esse morro é o que tem as trilhas mais íngremes e perigosas, além de seixos escorregadios, evitado ao máximo por humanos. A Oeste fica o morro dos pelados, que na época da escravidão servia como “prisão” para escravos desobedientes e fujões. Dizem as lendas locais que se ouvem gritos e lamentações vindas do alto do morro durante a quaresma.
O território é policiado pelos guardiões sob o comando do rancoroso Anésio “Bate-porteira”, faz o patrulhamento minucioso toda noite e fica o tempo todo atento ao que os espíritos possam detectar.
Dentro das divisas, o mundo espiritual é vívido e opulente. Espíritos vagueiam de lá para cá, todos correspondentes com a fauna e flora local. Bem próximo ao coração do Caern há um imenso Filho da clareira, bastante reverenciado pelos membros da Seita. A vegetação parece dobrar de tamanho e intensidade nesse plano. Caminhar pelo caern é como fazer uma expedição.
Com exceção aos morros laterais, o Caern não dispõe de nenhuma barreira natural no plano físico. Os membros da Seita construíram cabanas ao sul e ao norte beirando o riacho para vigiarem o perímetro, e agradecem que o riacho não seja mais navegável, do contrário teriam ainda mais problemas.
Todos os espíritos no interior das divisas servem ao totem do Caern e estão sempre de olho em qualquer movimentação estranha na paisagem umbral e são instruídos a remeter informações sobre qualquer alteração ao vigia. O principal deles é Nogá, um espirito ancestral que serve à Seita e tradicionalmente é responsável pela escolha do Vigia do Caern e constantemente consultado para determinar o ritual de passagem apropriado aos jovens acolhidos na Seita.

O coração do Caern é uma área de 50 metros de diâmetro, árvores dispersas mas de copas densas circulam essa área. Fica na base do Morro dos gatos. Ao entardecer recebe a luz do sol poente que penetra as copas das árvores deixando o cenário com um tom dourado quase místico. Exatamente aqui é que fica o Filho da clareira.

As assembleias costumam ser realizadas na lua Crescente em uma clareira próximo ao riacho, onde os garou acreditam estarem mais conectados com o Totem do Caern.

No lado Oeste há uma gruta na qual somente os Anciões da seita têm a permissão de entrar. De dentro emana um vento frio e arrepiante, nada pode ser visto do lado de fora. Alguns ragabash espalharam histórias sobre o que pode ser encontrado no fundo da caverna, e dizem acreditar que haja lá um maldito poderoso, que os anciões não conseguiram mata-lo, mas o mantém lá até descobrirem o que fazer com ele. 

História

Parentes indígenas dos Uktenas eram escravizados juntamente com os africanos trazidos para o Brasil. Esse cenário se repetiu por muito tempo. As articulações para libertar os escravos aconteciam e não eram poucas. Porém, sem uma lei que obrigasse a libertação deles, de nada adiantava os ataques e fugas programadas. Em 1880 um Mokolé chamado Nogá e um galiard dos Uktena chamado João “Terra preta” uniram-se para articular a maior fuga de escravos já vista no país. No entanto através dos filhos de Luíza Mahin (uma parente mokolé) eles souberam que a escravidão era protegida por mãos garou.
Aprofundaram suas investigações e se depararam com um garou terrível, o infame Messias ”Coração-puro” guerreiro dos Presas de Prata. A muito tempo que a nação garou cantava sobre sua loucura e mácula percebida. Nogá resolveu reunir os seus companheiros e partir para uma luta aberta e este foi um erro irreparável. Messias aniquilou-os facilmente e arrancou os ossos dos “Fera” para criar um fetiche que já nasceu corrompido a grande adaga “Gemido vermelho”.

João decidiu recuar e pensar melhor no que deveria fazer. Rodou pelo território brasileiro em busca de ajuda, mas não conseguiu muita coisa além de uns poucos filhotes. Rogou por ajuda, chorou e orou todas as noites, até que o rio onde banhava-se decidiu falar com ele. E disse que se ele prometesse proteger aquelas águas com o mesmo amor que tinha pelos escravos, o ajudaria se livrar do garou corrompido. João jurou e recebeu ajuda da Mãe d’água. Com a benção deste poderoso espírito e o auxílio de sua ninhada, João derrotou Messias e destruiu o fetiche corrompido que ele carregava.

Buscou por ajuda entre as Fúrias Negras que viviam na Amazônia e de alguns Uktenas espalhados pelo país, e com isso criou o Caern do Riacho da Mãe d’água em 1885. No entanto, as diferenças tribais apareceram e as alianças se romperam. João como um bom Filho de Gaia buscou orientação com o totem do Caern e com isso recebeu a sagrada missão de resgatar “Aliança do Sol” que estava a muito tempo perdida no Abismo.
João ”Terra-preta” partiu o mais rápido que pode e quando retornou trouxe consigo a Aliança do Sol, e com isso ganhou o respeito de todos os que veneravam a Mãe d’água. Porém, seu Caern havia sido atacado e devastado, os poucos sobreviventes não dariam conta de uma nova investida.

A revolução estava próxima, e ele tinha de proteger tanto o Caern quanto os parentes. Sua coragem e ousadia inspirou os demais membros de tal forma que durante três anos, eles lutaram em duas frentes e venceram cada uma das batalhas. Com a libertação dos escravos em 1888 a seita tinha uma luta a menos. Ajudou muitos africanos a encontrarem comunidades aonde pudessem viver, trouxeram os parentes para o caern e rechaçaram os vilões da Wyrm.

Dois anos depois um grupo de Fomori liderados por um maldito poderoso intitulado “Comedor de Caern” atacaram o caern, e mataram quase todos os membros, restando poucos jovens e apenas uma anciã lupino das Fúrias Negras “Salta Riacho”. Este ataque foi barrado graças a Aliança do Sol. Mas o inimigo fugiu e até hoje a Seita vive com medo de que um dia ele retorne para terminar o que começou.

Depois desse dia a seita nunca mais conseguiu manter um número adequado de garou em suas fileiras. Com exceção a um período onde o Ancião que liderava a seita era um Garra Vermelha “Fogo-não-queima”, a seita parecia prosperar mas de repente descobre-se que ele matava humanos indiscriminadamente por puro esporte, ia caça-los pelas fazendas ao redor. A Seita tentou expulsá-lo, mas acabaram matando-o e com isso todos os Garras Vermelhas se revoltaram e sumiram ou morreram em combate. Desde então estão sempre com contingente baixo, parece algum tipo de maldição.

Nogá apareceu logo após esse episódio e aliou-se aos garou. 

Ele assumiu a responsabilidade de olhar as intenções e a pureza dos corações dos garou que seriam nomeados como Vigia do Caern, para evitar qualquer desastre. Desde então tem cumprido essa tarefa quando solicitado. Ele não conversa com nenhum garou que não sejam os Anciões e o Vigia do Caern.

*Este Caern foi criado para uma aventura curta. E o propósito era que não durasse. Tanto que no decorrer da história ele foi destruído por uma entidade da Wyrm.


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