domingo, 26 de novembro de 2017

Conclave da restauração

Tudo começa a séculos atrás quando um Mokolé hominídeo presenciando a guerra contra seus parentes resolve enfrentar forças desconhecidas. Os Europeus estavam melhores preparados para um extermínio. Então sem poder suficiente para acabar com a guerra, sucumbe a ela. Mas Dragão teve pena dele, o curou e o colocou para dormir. Sabia que ali residia um guerreiro incomparável. Mas ainda não era a hora dele lutar, nem a luta de sua vida.

Mancha Solar despertou do seu sono do dragão. O mundo havia mudado. A cidade estava mais próxima e mais barulhenta. Seus parentes não estavam mais ali, estava só.
Sorrateiramente caminhou pelas redondezas e encontrou acampamentos humanos, eles pareciam tristes e feridos. Resolveu não interferir. Caminhou em direção à cidade e então deparou-se com um cenário que ele não pretendia ver de novo, a guerra.
Humanos faziam grandes fileiras e se enfrentavam, de um lado todos uniformizados e armados com armas de fogo, do outro lado o grupo heterogêneo se armava com pedras e pedaços de metal ou madeira, a grande maioria desse grupo tinha a face de seus parentes.
Mancha solar não pode interferir, tinha de saber o que estava acontecendo. Escondeu-se e buscou na memória as explicações. Ele viu as memórias de seus parentes, discursos, decretos, tramoias, lideres usurpados, instalação da ditadura, toques de recolher, vigilância severa, tortura, assassinato, repressão... Tudo isso contra seus parentes.

Mancha solar queria defender seus parentes de tudo aquilo, queria saber quem foram os responsáveis. Mergulhou mais fundo na memória e viu que entre aqueles que sofriam, haviam garou, e entre aqueles que faziam sofrer, haviam garou. Não podia acreditar que uma briga entre tribos estava fazendo com que os humanos e seus parentes pagassem a conta.

Ele se desprendeu de tudo e mergulhou ainda mais fundo, buscando especificidades. Ele viu que toda a maldade produzida pela humanidade estava alimentando muitos seres da Wyrm, os malditos e criando algo de tamanho e poder imensurável. Ele viu que a guerra não terminaria tão fácil, pois entre os humanos que apoiavam a ditadura estavam os Fenris e os Andarilhos, e entre os que apoiavam sua queda estavam os Roedores e os Filhos de Gaia. Era poder demais para ele enfrentar sozinho, sem uma ninhada, sem aliados. Infelizmente suas visões revelaram mais coisas, os garou recebiam ajuda de vampiros e fomori para financiam e manter a ditadura. Ele viu, ele lembrou, parentes seus foram abraçados por essa corrupção.

Enfurecido e tomado por um espírito temerário ele mergulhou na Umbra ignorando todos os riscos inatos à sua raça. Ele viu o que a maldade humana atrelada a raiva dos garou estavam alimentado. Um ser de proporções colossais e de poder inconcebível. Só de estar na presença do ser, sentia sua energia espiritual se esvair, sentia dor e a dor o enlouquecia, lhe fazia alucinar, cenas de tragédias e horrores da guerra eram lançadas em sua mente e ele não podia evitar. Com muito custo ele se afastou, mas sua mente havia sido sequelada. O monstro que nascia ali mais tarde seria conhecido como o Devorador de Caerns.

Mancha Solar decidiu acabar com o monstro que crescia a cada minuto. Não podia aguentar mais tanto sofrimento contra seus parentes. Adentrou às matas e buscou apoio entre as Ananasi. Demorou muito para convencê-las a juntarem-se a sua causa, mas conseguiu uma aliança com um grupo pequeno delas. Negociou com uma Corax, ensinou-lhe um ritual antigo em troca de apoio. Esta Corax passou a ser seus olhos. As Ananasi o levaram para uma reunião com membros de uma sociedade secreta que governavam as cidades e estavam descontentes com o rumo que tudo aquilo tomou, então os lordes da Camarilla lhe forneceram apoio para se livrar da guerra e de seus comandantes, de ambos os lados. O acordo foi fechado, e seu exército continha agora Tremeres, Giovannis, Grangréis, Brujahs e La Sombras. Os Nosferatu trouxeram o apoio de uns poucos Ratkin, e o ódio deles contra a humanidade seria útil nesse momento. O Exército de Mancha Solar estava completo.

Mancha Solar agia nas noites, eliminando líderes militares, parentes dos garou, humanos adeptos da ditadura e financiadores da mesma. Mas a sede de justiça transformara-se em vingança, e logo os rebeldes passaram a fazer parte da lista de extermínio. Mancha Solar culpava os humanos como um todo por tudo o que estava acontecendo. Suas incursões foram sempre bem sucedidas. Os garou envolvidos começaram a suspeitar de que havia algo de muito errado naquele genocídio todo. Consultaram seus espíritos e tiveram a triste notícia do exército das Sombras. Tentaram se organizar para enfrenta-lo, mas já era tarde. Dentro de poucas noites os garou envolvidos em ambos os lados foram estraçalhados e devorados pelo Mokolé ensandecido.

Os líderes dos movimentos caíram e a população humana aliada aos parentes de diversas raças metamórficas, colocaram o país nos eixos. O Exército das Sombras havia vencido. Mas Mancha Solar não queria se desfazer de seu exército, ele era adorado por eles, ele fazia um bom serviço de limpeza e resolveu continuar. Descobriu uma organização chamada “O Sabá”, e depois de muito tempo de negociações conseguiu o apoio deles, junto com esse apoio vieram clãs como Irmãos de Sangue e Tzimisce. A partir daí, Mancha solar ganha como inimigo os Vampiros que presavam suas ovelhas de sangue europeu, e sobretudo os membros da Camarilla. Sem saber ele estava enfrentando duas frentes de batalha, os metamorfos da Wyld e a Camarilla.

A guerra não havia acabado. Mancha Solar culpava a todos, e todos os metamorfos deveriam pagar por terem entregado a terra sagrada de mãos beijadas aos Garou e aos Europeus. Sua lista cresceu, assassinava e devorava todo garou que encontrava, depois passou a caçar metamorfos que os garou desconheciam e que estiveram por aqui desde os primórdios. Os humanos não eram diferentes, desde que tivesse um pequeno envolvimento com algo que ele julgasse corrupto, ou herança legítima dos europeus, seria morto. Mas suas ideias eram tortuosas e ele declarou guerra à Camarilla local, dizendo que ela queria criar o povo como rebanho e reinstalar a ditadura. Bem, essa facção não durou muito. Mesmo os vampiros mais fortes foram brutalmente assassinados.

Os garou que moravam no território brasileiro não estavam a salvo. Um Peregrino Silencioso chamado Igor desata-nós, se comoveu com todo o sofrimento do povo, dos parentes e dos demais seres que ocupavam as cidades. Decidiu viajar para a Amazônia e pedir ajuda aos Uktenas e Fúrias Negras. De início a ajuda foi negada, mas quando saíram de seu território selvagem e viram com seus próprios olhos o extermínio que Mancha Solar estava fazendo, decidiram ajudar. Só não sabiam como. Eis que a ideia surge em meio a reuniões, teriam de acabar com Mancha Solar. Igor decidiu procurar ajuda nos quatro cantos do país, mas ninguém queria ajudar os garou. Foi então que Nada-como-lontra surgiu. Uma Raoni, (metamorfo ariranha) disposta a ajudar. Ela leva a mensagem até os lamaçais e recruta alguns poucos Mokolé, de seu povo conseguiu um grupo grande, atrelou ao grupo os Uktenas e Fúrias Negras, mas não era o bastante. Viajou pelo território em busca de mais ajuda, levando a mensagem de Igor, explicando que parentes de todos estavam morrendo, a humanidade estava exposta ao caos e que a Wyrm estava predominando, um grupo variado de Bastet apoiaram a causa.

A conclave da restauração estava formada e foram para o embate. Ambos os lados sofreram baixas, mas a aliança contra Mancha Solar pode ver de perto seu temível exército e o poder que ele obtivera dessas alianças macabras. A conclave da restauração não era pária para um Mokolé poderoso como ele e um exército tão grande e variado.

As Sereias procuraram as Fúrias Negras e ofereceram ajuda. Depois delas Uns pouco Ni-Guará se juntaram ao grupo. Depois da morte de seus filhos pelas mãos de Mancha Solar, Judite da-teia-forte (Ananasi) procurou a conclave e trouxe o apoio de algumas irmãs de raça. A conclave se tornou tão importante aos olhos dos espíritos que eles conseguiram a graça de dois espíritos totêmicos, a Mãe d’água e o Boitatá. Os grupos que se formavam dentro da Conclave da restauração eram chamados Células. Cada Célula era abençoada pelo patrono que melhor representava suas atitudes.
De início a Conclave da restauração foi feita através de reuniões e acordos. Mas isso mudou.
A conclave abraçou também uma parcela dos Roedores de Ossos e Filhos de Gaia. E esses foram os últimos a entrarem. A Conclave está grande demais e os ideias diferenciados estavam gerando conflitos, estavam brigando e discordando entre si. E ninguém queria aceitar as ordens de alguém que não fosse igual a ti. Então algo aconteceu.

Nada-como-lontra não conseguia convencê-los a se unirem pelo mesmo propósito. Em meio a uma grande reunião, ela desistiu. Ateou fogo ao seu próprio corpo e disse que morreria enquanto ainda pertencia a Gaia, e que eles poderiam continuar com suas intrigas mesquinhas enquanto a Wyrm os absorvia. Seus ferimentos foram profundos demais, nem os theurges conseguiram salvá-la. Mas esse ato provocou a comoção geral e ficou conhecido como “Sacrifício de fogo”. Depois do Sacrifício de fogo, todos resolveram eleger um líder para comandá-los, mas como sabiam que a contenda começaria novamente, pediram aos totens para escolherem seus representantes. Mãe d’água escolheu Janaina, uma Sereia que trabalhara na política e poderia ajudar com assuntos burocráticos, além de ser forte e destemida, e apaixonada pela humanidade. Boitatá escolheu Barê folego-profundo dos Mokolé, por entender a raça com a qual estavam lidando e por seus conhecimentos filosófico de cada uma das raças que participavam da Conclave da restauração.

Enquanto a Conclave se fazia, Mancha Solar matava e se fortalecia. Aprendeu com a ajuda de Malditos a sugar energia do grande ser que crescia na Umbra. E com isso seus poderes aumentaram drasticamente. Enquanto suas maldades cresciam, alimentava o monstro da Wyrm e este lhe fornecia poder, era quase uma simbiose. Cada vez que se alimentava do monstro, mais sua mente cedia para a insanidade.

No final dos anos 90 a Conclave da restauração partira para o embate final contra Mancha Solar e o Exército das Sombras.


PS l – Raoni e Sereias, são raças criadas pelo meu antigo grupo.

PS ll – Forma Archid do Mancha Solar. Dragão de três cabeças com chifres, asas, cauda preênsil, Tamanho gigantesco duas vezes e capacidade de Voar.
PS lll - *Ideias de finais:
1- Matar Mancha Solar, e com isso dispersar seu exército.
2- Capturá-lo e Purificá-lo para que tenham ao seu lado um grande aliado na luta contra o monstro da wyrm que cresce na umbra.
3- Focar a batalha no monstro da Wyrm, assim diminuir os poderes do mokolé.
PS - lV - As Células não são matilhas, elas são grupos que atuam em conjunto. Os espíritos que abençoam essa unidades o fazem como um totem, mas dentro de uma Célula, cada individuo é agraciado individualmente, sendo assim, dentro de uma Célula o grupo pode contar com a benção de ambos os "Totens". Além do mais, indivíduos que já possuem Totens podem fazer parte de uma Célula, sem a graça de Boitatá e Mãe d'água.

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