sábado, 26 de agosto de 2017

Caern da Mãe d'água

Caern do Riacho da Mãe d’água

Nível: 1
Película: 4
Tipo: Fertilidade (Glória)
Estrutura: Multitribal. Nenhuma das tribos presentes faz questão de impor seu modelo cultural. Garras vermelhas são aceitos mas vigiados o tempo todo.
Totem: Mãe d’água
Seita: Protetores do Riacho da Mãe d’água
Líderes da Seita: Maíra “Perseverança-de-jabuti” (Anciã Theurge Furia Negra Hominídeo), Ubirajara “Tambor-vivo” (Ancião Galiard Filho de Gaia Hominídeo)
Mestre de Rituais: Cecília “Dorme-sob-a-lobeira” (Athro Theurge Fianna Hominídea)
Mestre de Desafios: Teófilo “Foice-quebrada” (Athro Philodox Cria de Fenris Hominídeo)
Vigia do Caern: Anésio “Bate-porteira” (Athro Arhoun Senhores das Sombras Hominídeo)
Vigia da Terra: Focinho duro (Adren Galliard Garras Vermelhas Lupino)

Criado pelo poderoso Galiard João “Terra-preta” em 1885 o caern está localizado a alguns quilômetros dos limites da cidade, em meio a mata e rodeado por fazendas. Árvores imensas como Caroba e Imburana , também trepadeiras e cipós fazem a cobertura do local. Animais variados vivem nessas matas, tais como macacos Gibão, Preás, Jacús e Maritacas.
Ao norte  depois das divisas ficam algumas fazendas. A maior e mais importante delas é a Fazenda Nunes (onde se planta somente cana-de-açúcar). Ao sul muito além das divisas os moradores da região que ainda acreditam no garimpo, fizeram uma escavação no riacho e o enlanguesceram, esta área é chamada de “Buracão”, e lá montaram um acampamento. A leste fica o morro dos gatos, recebe o nome por conta da quantidade de gatos do mato que havia lá, mas a caça e a aproximação humana os espantou, e hoje não restam muitos. Esse morro é o que tem as trilhas mais íngremes e perigosas, além de seixos escorregadios, evitado ao máximo por humanos. A Oeste fica o morro dos pelados, que na época da escravidão servia como “prisão” para escravos desobedientes e fujões. Dizem as lendas locais que se ouvem gritos e lamentações vindas do alto do morro durante a quaresma.
O território é policiado pelos guardiões sob o comando do rancoroso Anésio “Bate-porteira”, faz o patrulhamento minucioso toda noite e fica o tempo todo atento ao que os espíritos possam detectar.
Dentro das divisas, o mundo espiritual é vívido e opulente. Espíritos vagueiam de lá para cá, todos correspondentes com a fauna e flora local. Bem próximo ao coração do Caern há um imenso Filho da clareira, bastante reverenciado pelos membros da Seita. A vegetação parece dobrar de tamanho e intensidade nesse plano. Caminhar pelo caern é como fazer uma expedição.
Com exceção aos morros laterais, o Caern não dispõe de nenhuma barreira natural no plano físico. Os membros da Seita construíram cabanas ao sul e ao norte beirando o riacho para vigiarem o perímetro, e agradecem que o riacho não seja mais navegável, do contrário teriam ainda mais problemas.
Todos os espíritos no interior das divisas servem ao totem do Caern e estão sempre de olho em qualquer movimentação estranha na paisagem umbral e são instruídos a remeter informações sobre qualquer alteração ao vigia. O principal deles é Nogá, um espirito ancestral que serve à Seita e tradicionalmente é responsável pela escolha do Vigia do Caern e constantemente consultado para determinar o ritual de passagem apropriado aos jovens acolhidos na Seita.

O coração do Caern é uma área de 50 metros de diâmetro, árvores dispersas mas de copas densas circulam essa área. Fica na base do Morro dos gatos. Ao entardecer recebe a luz do sol poente que penetra as copas das árvores deixando o cenário com um tom dourado quase místico. Exatamente aqui é que fica o Filho da clareira.

As assembleias costumam ser realizadas na lua Crescente em uma clareira próximo ao riacho, onde os garou acreditam estarem mais conectados com o Totem do Caern.

No lado Oeste há uma gruta na qual somente os Anciões da seita têm a permissão de entrar. De dentro emana um vento frio e arrepiante, nada pode ser visto do lado de fora. Alguns ragabash espalharam histórias sobre o que pode ser encontrado no fundo da caverna, e dizem acreditar que haja lá um maldito poderoso, que os anciões não conseguiram mata-lo, mas o mantém lá até descobrirem o que fazer com ele. 

História

Parentes indígenas dos Uktenas eram escravizados juntamente com os africanos trazidos para o Brasil. Esse cenário se repetiu por muito tempo. As articulações para libertar os escravos aconteciam e não eram poucas. Porém, sem uma lei que obrigasse a libertação deles, de nada adiantava os ataques e fugas programadas. Em 1880 um Mokolé chamado Nogá e um galiard dos Uktena chamado João “Terra preta” uniram-se para articular a maior fuga de escravos já vista no país. No entanto através dos filhos de Luíza Mahin (uma parente mokolé) eles souberam que a escravidão era protegida por mãos garou.
Aprofundaram suas investigações e se depararam com um garou terrível, o infame Messias ”Coração-puro” guerreiro dos Presas de Prata. A muito tempo que a nação garou cantava sobre sua loucura e mácula percebida. Nogá resolveu reunir os seus companheiros e partir para uma luta aberta e este foi um erro irreparável. Messias aniquilou-os facilmente e arrancou os ossos dos “Fera” para criar um fetiche que já nasceu corrompido a grande adaga “Gemido vermelho”.

João decidiu recuar e pensar melhor no que deveria fazer. Rodou pelo território brasileiro em busca de ajuda, mas não conseguiu muita coisa além de uns poucos filhotes. Rogou por ajuda, chorou e orou todas as noites, até que o rio onde banhava-se decidiu falar com ele. E disse que se ele prometesse proteger aquelas águas com o mesmo amor que tinha pelos escravos, o ajudaria se livrar do garou corrompido. João jurou e recebeu ajuda da Mãe d’água. Com a benção deste poderoso espírito e o auxílio de sua ninhada, João derrotou Messias e destruiu o fetiche corrompido que ele carregava.

Buscou por ajuda entre as Fúrias Negras que viviam na Amazônia e de alguns Uktenas espalhados pelo país, e com isso criou o Caern do Riacho da Mãe d’água em 1885. No entanto, as diferenças tribais apareceram e as alianças se romperam. João como um bom Filho de Gaia buscou orientação com o totem do Caern e com isso recebeu a sagrada missão de resgatar “Aliança do Sol” que estava a muito tempo perdida no Abismo.
João ”Terra-preta” partiu o mais rápido que pode e quando retornou trouxe consigo a Aliança do Sol, e com isso ganhou o respeito de todos os que veneravam a Mãe d’água. Porém, seu Caern havia sido atacado e devastado, os poucos sobreviventes não dariam conta de uma nova investida.

A revolução estava próxima, e ele tinha de proteger tanto o Caern quanto os parentes. Sua coragem e ousadia inspirou os demais membros de tal forma que durante três anos, eles lutaram em duas frentes e venceram cada uma das batalhas. Com a libertação dos escravos em 1888 a seita tinha uma luta a menos. Ajudou muitos africanos a encontrarem comunidades aonde pudessem viver, trouxeram os parentes para o caern e rechaçaram os vilões da Wyrm.

Dois anos depois um grupo de Fomori liderados por um maldito poderoso intitulado “Comedor de Caern” atacaram o caern, e mataram quase todos os membros, restando poucos jovens e apenas uma anciã lupino das Fúrias Negras “Salta Riacho”. Este ataque foi barrado graças a Aliança do Sol. Mas o inimigo fugiu e até hoje a Seita vive com medo de que um dia ele retorne para terminar o que começou.

Depois desse dia a seita nunca mais conseguiu manter um número adequado de garou em suas fileiras. Com exceção a um período onde o Ancião que liderava a seita era um Garra Vermelha “Fogo-não-queima”, a seita parecia prosperar mas de repente descobre-se que ele matava humanos indiscriminadamente por puro esporte, ia caça-los pelas fazendas ao redor. A Seita tentou expulsá-lo, mas acabaram matando-o e com isso todos os Garras Vermelhas se revoltaram e sumiram ou morreram em combate. Desde então estão sempre com contingente baixo, parece algum tipo de maldição.

Nogá apareceu logo após esse episódio e aliou-se aos garou. 

Ele assumiu a responsabilidade de olhar as intenções e a pureza dos corações dos garou que seriam nomeados como Vigia do Caern, para evitar qualquer desastre. Desde então tem cumprido essa tarefa quando solicitado. Ele não conversa com nenhum garou que não sejam os Anciões e o Vigia do Caern.

*Este Caern foi criado para uma aventura curta. E o propósito era que não durasse. Tanto que no decorrer da história ele foi destruído por uma entidade da Wyrm.


sexta-feira, 11 de agosto de 2017

Dúvidas filosóficas

Ei! Pare de espetar as brasas, odeio essas fagulhas que sobem da fogueira. Bem, vamos lá, qual era a primeira pergunta mesmo?

Gaia pode morrer?
Ah sim! De fato... Acho que sim. Primeiro; não vejo Gaia, a entidade primordial da criação, como sendo a mesma Gaia celestino do planeta Terra. Para mim, a entidade primordial é a responsável pela criação do Cosmos. Eshtarra é o Avatar do Planeta, e mesmo que este seja responsável pela criação dos reinos próximos, isso seria limitada a um pequeno espaço do Cosmos, a Via-Láctea. Nesse sentido, Gaia vista como Eshtarra pode morrer. Isso é tão verdade que nós convivemos com esse medo. O planeta ter suas forças esgotadas pelos seus habitantes, um meteoro errante cair aqui, o sol se apagar etc.
Pode ser corrompida?
Pode não, já é. Eshtarra ao contrário do que os demais Garou veem não é influenciada pela Wyld. Se pararmos para avaliar as ações da Weaver, notaremos que esta força da tríade cria padrões, estruturas, formas, regras, ideologias etc. O que isso prova? Bem, se Eshtarra fosse influenciada pela Wyld, ela teria criado uma raça metamórfica para defende-la de todas as formas, ou simplesmente criado várias aleatoriamente. Mas não. Ela criou cada uma delas com um papel específico, ou seja, padronizou seus papéis, engessou para todo o sempre suas capacidades e suas ações. A guerra está perdida antes mesmo de ter começado meus caros irmãos.
Apocalipse...?
 Este evento é descrito por praticamente todas as culturais reais e fictícias, porém com termos diferentes. O apocalipse é real para todos. Obviamente estou trilhando agora uma corrente de pensamento um tanto humana (no sentido do acumulo de conhecimentos dessa espécie). Veja bem, o evento que acabará com o mundo, seja de forma literal e física, ou filosófica, simbólica etc, é inevitável em todas as culturas. Por quê? Por que é nossa forma de retratar esse medo e a nossa incapacidade de impedir que aconteça. A Weaver criou a Espiral negra para corromper espíritos e metamorfos, e criou uma espiral prateada para corromper todos os celestinos, visto que toda nossa galáxia dança numa espiral. No centro de nossa galáxia existe um buraco negro que suga tudo, destrói tudo, consome tudo. Mas para onde vai tudo o que é absorvido por ele? Seriam necessárias inúmeras páginas para explicar cientificamente, então vamos resumir... Tudo o que absorve é transformado em energia, quando cheio o buraco negro expele energia pelo Cosmos. Ou seja... O Apocalipse poderia ser compreendido exatamente como vocês estão imaginando agora, o recomeço, a transformação, a reformulação do que conhecemos como realidade. O ciclo sagrado da vida é interminável. Por conta disso, o apocalipse não pode ser parado, nunca poderá.

Rodrigo, o frequente – Hominídeo, Theurge, Fianna.


quinta-feira, 3 de agosto de 2017

Assembleia garou

Sente-se mais perto do fogo, ele não morde. Já acabou a cerveja? Tome mais aqui!
Como assim não sabe o que é uma Assembleia? Bem, neste caso, vou lhe contar o que é. Ouça bem, pois, essa foi a muito tempo.


Assembleia da Lua Crescente

Como é do conhecimento de todos, o Caern do Leão sempre faz sua assembleia mensal na primeira noite de lua crescente (Há outras datas, mas não são mensais), e essa data é hoje.
Desde o despertar vocês percebem os ânimos diferenciados, alterados, os comportamentos com maior intensidade e toda a dinâmica da seita muda. Todos os garou estão empenhados em suas tarefas, alguns estão literalmente se arrumando para a assembleia, como é o caso de Barbara e Carlos, que estão cortando cabelos e todo esse processo de estética. Pouco antes do meio do dia o Caern recebe a visita de duas matilhas, e nos murmúrios daqui e dali vocês descolam os nomes deles. A primeira a chegar é uma matilha mista onde o arhoun dele é um Impuro, eles são conhecidos como ‘Caçadores da palavra’. A segunda matilha é assustadoramente padronizada, todos os membros da matilha pertencem a uma única família, todos eles são Andarilhos do Asfalto e são conhecidos como ‘Barlleta Circle’.
O dia passa de maneira muito rápida a ponto de surpreendê-los, e logo a noite começa chegar e as estrelas e Luna começam se mostrar no céu. Eis então que se ouve um uivo poderosos e gutural – é o chamado para a assembleia.
Todos vocês chegam ao local demarcado para a celebração e ainda ouvem o poderoso uivo emitido pelo vigia do caern, Dilacerador de medulas. A voz dele vai diminuindo até ficar baixinha, e então ele uiva alto como no começa, sem ter parado para respirar, vocês acham aquilo impressionante. Logo mais lupinos, Hispos e Crinos passam a uivar junto com ele, dentro de instantes todos ali uivam em uníssono. As vozes vão se calando uma após a outra, quando se resta o mestre do uivo – Dilacerador – Ele muda o tom do uivo, e então o que parecia um canto, um chamado, passa a soar como tambores de guerra e passos pesados, e ele finaliza com um som estridente que mais lembra um latido, um aviso.
Naquele momento o silêncio paira, e todos vocês têm claro o motivo da assembleia, comemoração, triunfo, mas recheados de notas de rodapé.

Barbara sai do meio da multidão trajando uma roupa cerimonial feita de pele de alce (incluindo os chifres) e porta na mão direita um bastão de madeira clara, com um nó do tamanho de uma cabeça humana na ponta onde foi esculpida a cabeça de um leão. As partes que a roupa de pele não cobrem estão pintadas de azul, contrastando com os cabelos alaranjados.
Ela chega ao centro da área, e gira lentamente o corpo, olhando ao redor como se pudesse encarar cada um dos presentes. Ela finca o cajado no chão e ajoelha-se. Prostra-se diante do objeto e diz em voz alta: “Respeitáveis espíritos e nobres companheiros... Eu, Barbara-rugido do leão, estou aqui humildemente evocando a presença de vocês para juntos saudarmos Gaia, Luna e nosso patrono e guardião, o Leão.” Após ela levantar-se, coloca a mão por baixo das vestes e saca uma adaga muito bonita, branca como marfim, mas com o cabo dourado como ouro e ornado de pedras coloridas. Ela então corta a palma da mão e deixa o sangue escorrer até pingar o chão.
Uma luz e um deslocamento de ar se faz presente no exato ponto onde ela se encontra.
A luz constante os cega por alguns instantes e quando a intensidade da mesma diminui vocês notam a presença de diversas formas fantasmagóricas ao redor da área; Garça, grilo (do tamanho de uma bike), Peixes, Insetos, Teiú, Veado, Mocó, Preá, Pantera, árvores, Sementes com folhas giratórias (tipo hélice de helicóptero e elas ficam voando mesmo), nevoa e um humanoide aquoso. Todos esses espíritos rodeiam o local observando a área e os presentes.
Pela primeira vez, vocês observam passar na mata bem longe de vocês um dos parentes com um rifle e uma lanterna, e vocês sabem exatamente qual a função dele ali.
Barbara começa cantar e dançar com o cajado, mais parece um tipo de arte marcial ou dança exótica árabe. Ela finca o cajado no chão novamente e fica de quatro caminhando em volta dele rugindo como se fosse uma leoa, seus rugidos começam tímidos e vão ganhando força, até o momento em que seu rugido se iguala ao ribombar de um trovão. Luna está exatamente sobre vocês nesse momento, as nuvens ao redor do caern se juntam e formam a cabeça de um leão, começa descer vagarosamente até chegar ao caern e se materializa num enorme Leão branco, rugindo tão forte e alto que seus cabelos/pelos são lançados para trás.
Barbara ruge para o Leão, Raquel Ruge em seguida, depois o trio de anciões e logo todos da seita estão rugindo, seguidos de vocês e dos visitantes.
Os rugidos duram por quase cinco minutos, enquanto os ouve o Leão rodeia-os e ruge como se quisesse amedronta-los. Por fim, ele senta-se.
Barbara o reverencia e vira-se para vocês dizendo em alto e bom tom: “Agora... Como é de costume de nossa seita, ofereceremos uma luta ao nosso patrono. Escolherei os dois participantes que terão de se enfrentar como verdadeiros leões. – pausa dramática, silêncio total – Queiram dar um passo a frente por favor e venham honrar nosso guardião, Uivo da mata dos Garras Vermelhas, e Adewalê ‘o Sábio’ dos Fianna.”

*Esta parte é livre para os Players.
[Descrevam como vão se enfrentar. É um duelo simbólico, mas não falso. Cada um de vocês vai atingir o outro três vezes. O defensor decide quando o golpe acerta e narra, ok? Depois disso retomo a assembleia.]

Assim que a luta termina [Uivo da mata e Adewale anotem 2 de Honra], Barbara os leva até a frente do Totem e revência a ele, e obviamente vocês também. Ela pede que retornem ao local onde estavam e agradece a presença dos espíritos e do patrono. O Leão se afasta do centro da assembleia, ficando próximo aos anciões. Barbara retorna ao seu lugar e quem toma posse da área central é o ancião Coração de Cristal.

Sua forma lupina é tão forte e robusta quanto qualquer Senhor das Sombras, mas ele parece não se contentar com isso e assume a forma crinos, ficando maior do que qualquer crinos que vocês já viram. Ele rosna e direções aleatórias, mas vocês ouvem esses rosnados como palavras:
“Não cruzar com outro garou. Combater a Wyrm sempre. Honrar o território do outro. Aceitarás honradamente a derrota. Submeter-se aos garou de posto mais elevado. Entregar o primeiro quinhão da matança ao de posto mais elevado. Não provarás a carne humana ou dos lobos. Respeitar os inferiores. Não levantar o véu. Não seja um fardo para teu povo. Em tempos de paz, um líder deve aceitar desafios a qualquer momento. Não desafiar ter líder em tempos de guerra. Nunca permitir que um caern seja revelado ou violado. – Ele cala por alguns instantes e vocês notam nos semblantes de alguns um certo temor, o medo atinge a maioria deles, e agora para aqueles que esqueceram, ou não sabiam, está bem claro que EXISTE UMA LEI QUE REGE A SOCIEDADE GAROU, ele então prossegue – A sagrada Litânia, todos vocês conhecem. Mas poucos de vocês seguem, e menos ainda defendem-na. Esses códigos de lei não foram criados por acaso. Sem eles, nós não existiríamos mais. São esses códigos que balanceiam nossos atos e nos permite trilhar os caminhos de Gaia sem entregar nossos corações à serpente negra Wyrm. – Ele caminha vagarosamente pelo centro da assembleia e olha nos olhos de vários garou. – Eu sinto o medo em vocês. Por quê? Porque vocês são rebeldes e teimam em sair fora da linha. Não somos carrascos, não somos velhos chatos. Punimos quando temos de punir, mas recompensamos aquele que fizeram por onde merecer. Nós sabemos perdoar, nós queremos perdoar, mas há coisas, há atos que são imperdoáveis... Felizmente, não é o caso de nenhum de vocês, não ainda.”
Ele retorna ao centro, abre os braços e diz: “Ainda ontem, eu desempenhei um ritual de entrega das honras e glórias a um garou. No entanto, ele esqueceu-se de me contar o quão dominado pela sua fúria ele é. Esqueceu-se de dizer que sua fúria arde fora de seu controle, sabendo quão grave isso pode ser para os seus companheiros. E eis aqui o momento da reparação e da repreensão... Jamais, jamais escondam um ato desempenhado, mesmo que lhe seja vergonhoso. Por conta dessa falta de seriedade no seu relato, Vladimir Korolov demonstra-se pouco sábio e confiável. – E aponta Vlad [Perde 2 Honra e 2 Sabedoria]. – Mas não é só isso... O papel de um Galliard é contar as histórias, guardar e ensinar as tradições... Como não recebi esse relato de um Galliard, terei de interpretar tal ação como acoitamento, e ao contrário do que possa parecer, isso não é proteção ás amizades, isso envenena a matilha, os corroerá com o passar do tempo. Pétala no lago, não desempenhou seu papel como um verdadeiro cantor das tradições, demonstrando assim pouca sabedoria, e desonra ao permitir que seu companheiro seja premiado indevidamente.[Perde 5 de Sabedoria e 2 de Honra] – Ele olha para o chão, respira fundo e continua – Violeta Barlleta... o que um trapaceiro faz para subir mais um degrau na hierarquia garou, pergunto à vocês... Ele trapaceia. Mas trapacear é diferente de mentir. Mentir que matou um Dançarino da Espiral, e depois termos de mata-lo de novo, é uma ofensa grave às nossas leis, e isso não merece só um bronca... Serás punida com a descida de um degrau na hierarquia Garou, e só obterá teu posto de volta quando se fizer confiável.”
Um murmúrio generalizado se espalha, cochichos e apontamentos.

Um jovem asiático aproxima-se de Adewalê e mostra-lhe um celular e no visor pode ser lido a mensagem: ‘O que eu ganho para ficar de bico calado?’

O ancião prossegue dizendo: “Temos alguns problemas logísticos no caern. O espaço é pequeno, e a massa é grande. Raquel e Madara se uniram e conseguiram um lar externo para garou hominídeos. Peço que se organizem e passem a morar neste lar externo. Vocês desempenharão suas tarefas no caern, mas a presença de vocês aqui será mais curta e isso nos facilitará a produção de alimentos para os parentes, espaço de caça e ainda teremos olhos vigiando do outro lado da barreira.”
Galatéia levanta-se de seu lugar e aproxima-se do ancião trazendo nas mãos uma adaga de osso, do tamanho do antebraço de um adulto. Ela entrega a ele e retorna ao seu assento.
O ancião ergue a arma acima da cabeça e uiva com vigor.
“Esta adaga pertenceu ao nosso vigia. Esta arma dilacerou tantos lacaios da Wyrm quanto se pode contar. Esta adaga tem um nome... Corta garganta ... E hoje, esta arma será entregue a um garou diferente. Dilacerador, reconheceu os dotes guerreiros num garou, e decidiu presenteá-lo por sua bravura e implacabilidade... Aproxime-se e receba sua nova companheira de batalhas, Pelo rosa.”
O garou tripé caminha em hispo até o ancião e quando chega perto assume a forma guerreira. Ajoelha-se e estende a mão, o ancião deposita delicadamente a lâmina sobre a mão do Garra Vermelha. Ele a segura firmemente e parece entrar em êxtase, depois ele levanta-se e erguendo a arma uiva de maneira rebelde e gutural.

*Este é mais um momento livre dos Players.
[Se alguém quiser falar algo, esse é o momento...]


Retorna ao seu lugar, assim como o ancião.
Do meio da multidão sai um homem de aparência indígena, com cabelo à moicano e três tranças na nuca, trajando vestes típicas de um índio canadense e o glifo dos Wendigo desenhado no na peça de roupa que cobre o tronco.
Ele se posiciona no centro, abaixa-se e toca a terra, cheia as mãos e levanta-se devagar. Ele estala os dedos e instantaneamente ouve-se uma gaita de fole sendo tocada, de maneira lenta e melodiosa, seguida de um tambor baixo e com longos intervalos.
“A muitos anos atrás, quando nenhum de nós aqui presentes era nascido, viveu sobre essas terras um bravo guerreiro. Seu nome... João terra preta. Esse bravo guerreiro nasceu entre os Uktenas, viveu como um deles e desempenhou seu papel como um verdadeiro filho da mãe Gaia. Ele enfrentou um perverso inimigo, que antes de decair, pertenceu aos Presas de prata. Terra preta, derrotou o infame caído, aliou-se aos felinos e lagartos da região e criou um caern com o propósito de unir as três raças que tanto sofreram nas mãos do infame caído. O caern era abençoado pela Mã d’água, e ela provinha a todos da região, água pura, peixes grandes e frutos saudáveis. Ela era amada, idolatrada e reverenciada por três raças. No entanto... Algo aconteceu. Terra preta teve de atender ao chamado da mãe e partir para as terras umbrais para continuar lutando nos planos espirituais. O caern não conseguiu manter seu propósito, ano após anos ia perdendo aliados, guerreiros e força. Até que por fim, pereceu frente a um devorador de energia espiritual. Mas essa história não termina com a ruína de um local sagrado. Não... Ela se reinicia com uma busca. Uma busca que esses valorosos guerreiros se empenham em concluir. Eles buscam um novo lugar para refazer o caern. E o final dessa história ainda nos será contado.”
Ele reverencia a plateia e ouve-se então aplausos e uivos finos.
Ele prossegue então: “Nós estamos hoje na presença de muitos heróis. Heróis que enfrentaram uma verdadeira fera, o bicho Papão. Nossas matilhas e os visitantes Chain Breakers, uniram forças numa batalha sem igual. Levados a um sub-reino pantanoso e asqueroso, tiveram de enfrentar a fúria e a fome de um ser voraz, a Cobra do pântano. Infelizmente, nesta luta caíram dois grandes garou. Adam Iron Kick – ragabash dos Roedores de ossos e Cecília dorme sob a lobeira, Theurge dos Fianna, pereceram diante da fera, mas não antes de provarem seu valor dentro e fora do campo de batalha. Seus feitos são tamanhos, tantos que demorariam anos para contar todos. Mas o que é mais importante hoje, é que morreram como heróis, e viveram em plena honestidade e comunhão com Gaia. Defenderam nosso Caern e deram suas vidas para completar tal missão. Uivemos a eles!”.
Uivos e assobios tomam conta do local, vocês são aplaudidos por alguns segundos. Depois ele pigarreia e continua: “Folha ao vento era uma irmã de tribo, da minha tribo. Ela era nascida da mácula da desobediência à Litânia, uma impura como vocês gostam de chamar. Ela viveu a quase duzentos anos. Folha ao vento era detestada, escarnada e rejeitada em sua seita. Tudo pelo simples fato de seus pais terem sido desobedientes, condenaram-na a uma vida de privações e humilhações. Ela tentava de todas as formas provar seu valor, mas que valor? O valor de um impuro? Com o passar dos anos ela entendeu que não era nada, nunca ninguém a veria como uma grande guerreira. – pausa dramática – Numa noite fria e ventosa, o caern foi atacado por lacaios da Wyrm que vieram da umbra e passaram pelos espíritos sem despertar a tenção deles. Os lacaios matavam a todos, destruíam instalações e queimavam o que podiam. Folha ao vento, conseguiu pegar a pedra da trilha e correu para longe abandonando então o caern. Quando estava longe o suficiente, ela uivou como jamais tinha feito. Seu uivo ecoou por muitos quilômetros... e o chão começou a tremer, e as montanhas ao redor rugiram como uma dúzia de trovões. Os lacaios não prestaram atenção que estavam cercados por montanhas acidentadas e então quando perceberam era tarde demais, todo o caern foi soterrado por uma avalanche descomunal. Folha ao vento flutuou sobre a avalanche sem sofrer dano algum, a magia por trás disso é desconhecida. Quando ela retornou ao caern, desenterrou os lacaios da wyrm e os queimou, e deu aos seus irmãos de tribo um enterro descente. Cantou noite após noite a canção da grande batalha, os espíritos ouviram, e recontaram nos quatro cantos do mundo. A história viajou rápido, e guerreiros Wendigo visitaram o local e a encontraram imóvel, congelada segurando a pedra da trilha. Recriaram o caern e deram-lhe o nome de ‘Caern das folhas ao vento’. Não importa qual pequeno seja você, sempre será capaz de proteger Gaia e ser reconhecido como um valoroso guerreiro.”
Assim que ele termina, é coberto de aplausos e uivos, assobios e gritos. A bagunça se instala, o barulho e a agitação perdura por alguns minutos.

Dilacerador de Medulas na sua forma lupina emite um poderoso uivo que silencia os demais. Vários garou assumem a forma lupina um atrás do outro, assim como vocês. O uivo começa a ser seguido por outros garou. De repente bem ao lado de vocês dois lupinos irrompem numa luta ‘simulada’, mas mostrando os dentes pra valer. Várias lutas explodem pela assembleia. Vocês sentem a fúria correndo pelas veias e seus corações ficando acelerados.
Dilacerador começa a correr seguido por todos da seita, o destino da corrida é a área ao redor das divisas externas do caern.
Conforme correm, uivam e rosnam purificam o local, espantando assim os maus espíritos que por ventura estariam de olho no caern. Enquanto correm vocês sentem a energia vital de seus corpos se agitar cada vez mais e então ser sugada pelo próprio caern.
No momento em que sentem que estão alimentando o lar sagrado do Leão, a satisfação os faz entrar num frenesi selvagem e vocês mudam para crinos. A corrida continua ao redor do local, e logo surge à frente dos garou um grande antílope correndo, fugindo de vocês.
A corrida se torna uma briga selvagem, a disputa pela liderança se torna ferrenha, lupino salta sobre lupino e caem rolando, crinos abre caminho aos tapas, morde lupino e joga para o lado... Até que o antílope é abatido e todos os participantes dão-lhe ao menos um golpe. O sacrifício é concluído com uma prece e seus corações palpitam acelerados e purificados. Vocês se sentem rejuvenescidos e mais selvagens. Vocês se sentem mais entregues à verdadeira natureza garou.
E assim a assembleia chega ao fim. Cada um retorna para seu posto liberando os parentes da árdua tarefa de guardar o caern. Vocês são convidados para uma fogueira.

Ao redor dela estão vocês, Barbara, Pelo rosa, Carlos, Violeta, Vaan e sua irmã Stephany.  


**Note que as cenas são repletas de personagens, alguns NPCs e outros PCs. O que você tem que se atentar é à estrutura da reunião. Os personagens, só quem conhece irá entender algumas coisas. Tipo o porque do Madara estar querendo subornar Adewalê etc...
Isso é roleplay não faz parte da assembleia, em si.

É isso, espero que tenham gostado.
Até a próxima!